Monday, November 28, 2005

Pensadores construtivistas

Compreender a natureza do conhecimento e o processo de construção do mesmo tem sido um desafio para muitos filósofos, cientistas e pesquisadores que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento de teorias construtivistas. Dentre esses estudiosos destacamos: Jean Piaget, Ernst von Glassersfeld, Jerome Bruner, G. A. Kelly, David Ausubel e Lev Vygostsky.

Para cada um deles vamos analisar algumas de suas contribuições, enfatizando especialmente os trabalhos de Piaget, Vygotsky e Glasersfeld.

Na nossa opinião, a questão raiz que intriga esses estudiosos foi citada por Chomsky como tendo sido formulada por Bertrand Russel em uma de suas últimas obras:
“Como foi possível que os seres humanos cujos contatos com o mundo são tão efêmeros, particularizados, limitados fossem, contudo, capazes de ter tantos conhecimentos?”

Uma possível explicação para o sucesso do ser humano na sua tarefa sem fim de adquirir conhecimento, reside no fato de não sermos simples espectadores passivos do meio ambiente.

Nós estabe­lecermos nesse meio uma atividade cognitiva que implica em construções que podem ser com­partilhadas com os outros e nós somos, em essência, construtores de conhecimento.

Sérgio Lins (Sergio Lins). Ver detalhes em Tácito



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Sócrates era construtivista?

A abordagem de transferência de conhecimento preconizada pelo Construtivismo vem sendo usada desde a Grécia antiga.

Em seus diálogos, Sócrates visava aprimorar o pensamento crítico através de uma série de questões colocadas em função das respostas que iam sendo dadas. Sócrates usou o termo maiêutica, no sentido da arte de “parir” idéias, para rotular seus famosos diálogos.

Nestes diálogos pode-se perceber a preocupação de Sócrates em dar ao aprendiz a oportunidade de contextualizar cada pergunta formulada. Veja como isso acontece no trecho de diálogo que se segue:

(...)Prosseguiu Sócrates: - Não é evidente que se queres honras deves servir a República?
Glauco: — Claro.
Sócrates: - Em nome dos deuses, nada me escondas, dize-me qual o primeiro ser­viço que esperas prestar-lhe.
Glauco guardava silêncio, procu­rando por onde começar.
Não te esforçarás de enriquecer a cidade - disse Sócrates - como se tratasse de enriquecer a casa de um amigo?
Glauco: — Sim.
Sócrates: — Excogitar maiores rendas não será o meio de torná-la mais rica?
Glauco: — Evidentemente.
Sócrates: — Diga-me, pois, de onde se reti­ram hoje as rendas do Estado e qual o seu montante. Certamente fizeste teus estudos, a fim de suprir com os produ­tos que escassearem e prover aos que vierem a faltar.
— Por Júpiter! - respondeu Glauco - ­nunca pensei nisso.
Sócrates: — De vez que não pensaste neste ponto, dize-me, ao menos, quais são as despesas da cidade: porque não resta dúvida que tens intenção de abater as supérfluas.
Glauco: — Palavra! tampouco pensei nisso.
Sócrates: — Pois bem, deixemos para depois o projeto de enriquecer o Estado. Como, com efeito, pensar em tal antes de conhecer as despesas e as rendas?
...
Xenofonte (430A.C.)


Analisando o diálogo acima, podemos inferir que Sócrates só prosseguia depois que Glauco conseguisse refletir sobre o significado de cada questão colocada.

Apesar de Sócrates não ser mencionado como um filósofo Construtivista, a sua preocupação em construir o sentido para cada proposição usando experiência anterior e os últimos conhecimentos ganhos está muito clara. Isto é típico da Aprendizagem Significativa que é uma das características da abordagem Construtivista .

Aprendizagem Significativa é uma teoria de aprendizagem defendida por David Ausubel que apresenta o conhecimento sendo adquirido gradativamente e construído à medida que o aprendiz atribui significado ao conhecimento anterior que lhe foi apresentado.

Sérgio Lins (Sergio Lins). Ver detalhes em Tácito

Maior eficácia na aprendizagem

Mais do que nunca, na era do conhecimento, a tradicional educação conduzida através de palestras e aulas, onde o conhecimento era transferido, em sua totalidade, apenas através de palavras ou símbolos, precisa mudar para uma modalidade em que a pessoa construa ativamente seu conhecimento.

Montando conexões, construindo esquemas mentais, elaborando mapas conceituais e desenvolvendo novos conceitos a partir de entendimentos prévios. No lugar de aprender um conjunto básico de conhecimentos, pessoas se desenvolvem através de interações com seus pares, orientadores e mestres.

Este processo de construção, interativa e bastante conversacional, iterativa e com grande acúmulo sucessivo do saber, foi denominado por Construtivismo e constitui uma teoria sobre conhecimento e aprendizagem que provê uma base conceitual sólida para quem deseja conduzir o processo ensino-aprendizagem de forma mais eficaz.


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Construção do Conhecimento

A natureza do conhecimento e o processo de construção do mesmo são considerações essenciais para o Construtivismo.
O Construtivismo como teoria cognitiva surgiu há aproximadamente 60 anos com os trabalhos de Jean Piaget.
Para o Construtivismo, o conhecimento tem uma função adaptativa e não tem o propó¬sito de produzir representações de uma realidade independente. Esta concepção da atividade cognitiva quebra o paradigma objetivista que coloca por trás do conhecimento um esforço do conhecedor para atingir uma visão do mundo real.

Sérgio Lins (Sergio Lins). Ver detalhes em Tácito

Mesothelioma
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